sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Do Amor

Já falei sobre o Amor, textos pomposos cheios de sonhos e esperança, já escrevi sobre o teu sorriso, sobre o sol e a lua que eram tão brilhantes quanto o teu olhar. Escrevi de tantas formas o que sentia que hoje não faz qualquer sentido, até porque entretanto aprendi tantas outras formas de Amar, tantas outras formas de experimentar este sentimento, até mesmo quando dói, até mesmo quando se torna no mais cruel sentimento que carregamos connosco.
Seria tão fácil escrever coisas maravilhosas sobre ti, Amor, se não fosses muitas vezes abusivo, se não fosses tantas vezes corrompido com a realidade de cada um, seria tão mais fácil descrever-te se pudesse olhar-te por uma só perspectiva.
Como posso? Como posso eu hoje escrever sobre ti? Se presenciei tantas formas de ti, Amor, algumas não se encaixam no padrão para o qual fui concebido e, apesar de não te ver ali, havia Amor, vi pessoas a destruírem-se mutuamente por ti, vi pessoas a abusarem de outras por ti, vi pessoas a deixarem-se ser abusadas, destruídas, destroçadas, por ti.
É mentira, não vi nada. Somos um conjunto de experiências, vivências se preferires, só queria dizer que existem pessoas que a única forma de se sentirem amadas é serem espancadas, maltratadas, usadas, (atenção: falo de ambos os sexos), é a única forma de Amor que conhecem e gostam, então, porque haveria eu de desmentir tal sentimento se é assim que o sentem?
Como posso eu hoje em dia escrever sobre ti, Amor, haverá sempre alguém que não irá compreender o que sinto, iriam chamar-me de doentio.

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