terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Não consigo

Deixei-me ver e a única coisa que me cobria a alma era a carne. Deixei que me olhasses nos olhos e visses o teu reflexo no meu olhar, esquecendo-me de mim e o meu nome passou a ser o Teu, como que se a minha identidade se dissolvesse em ti, os teus sonhos, as tuas vontades, os teus desejos passaram a ser os meus.
Esqueci-me de mim, não era mais eu. Acordei a sonhar, acordei e o meu nome era o Teu.
Hoje não ouvi qualquer som, o mundo está quieto demais, talvez seja eu, reconheço este silêncio, não me reconheço, ainda existo?
Lembro-me de ter ouvido falar deste sítio, tão quieto, tão silencioso, o mundo, aqui não tenho fome, sono ou frio, nem calor, flutuo nesse teu mundo em prol de um capricho.
O grito não sai mais, que sentença é esta que é estar vivo, dormir e acordar pensando já saber amar…
Não consigo…

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