segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Teatro

Que palco de teatro é este em que dizes ser a figura principal? Que peça é esta? Mais pareces uma marioneta controlada por terceiros, não vejo vida própria em ti e os sentimentos que tanto pensas expressar me parecem grunhidos de porcos enquanto são esquartejados para belo prazer dos estômagos agora famintos.
Quero ouvir-te, quero que te expresses livremente, comove-me, enche-me o coração com lágrimas e dá-me a conhecer a tua dor.
Se esta peça é tua e se tu és a figura principal não entendo o porquê de não incluíres em cena uma tesoura para que possas cortar essas linhas que te seguram enquanto te tentas movimentar. Não entendo o porquê de te manteres debaixo de um holofote e mesmo assim te deixares cobrir pela sombra dos figurantes, já que és tu a figura principal, devias estar em destaque, não direi em cima de um banco para que te vissem melhor, não diria à frente dos demais em palco, mas no centro, era o mínimo.
Esperava mais de ti, acho que esperamos mais de nós sempre, apesar de muitas vezes ficarmos muito aquém daquilo que idealizávamos.
Uma pergunta, não achas injusto a peça só acabar quando morres? Do que vão servir as palmas nessa altura, que satisfação pessoal te irá trazer? Diz-me, mas diz-me o porquê de nos terem formatado neste formato que só em mortos somos estrelas.

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