Apesar de ser só amanhã o dia internacional da Mulher terei que falar dele hoje e prometo que tentarei medir cada palavra para não soar a hipócrita, apesar de ser essa a palavra que ecoa na minha mente com tudo o que se passa neste mundo.
Comecemos devagar e nada melhor que falar um pouco sobre o feminismo, algo que não entendo de todo, nem a sua razão de existir, se posso dizer isto, claro que posso e posso porque até a minha própria esposa não entende o movimento, até posso compreender que querem lutar pela igualdade de género mas será mesmo isso que fazem? Deixo só algo muito curto sobre a igualdade, não existe isso quando todos somos diferentes, tanto em capacidades como aptidões e se tiverem isso em conta, a igualdade já por si só não existe. Ok, obviamente que falam de igualdade de oportunidades mas têm que entender, esse tipo de mudança é lenta e demorada, entendo perfeitamente que existem injustiças, que existe discriminação em alguns casos, do mesmo modo que eu próprio já fui discriminado por uma mulher e sim, fui, só porque falei que “gozei” de uma licença um pouco maior de paternidade face àquela que os homens têm direito.
Agora que comecei a escrever vejo que isto é um poço sem fundo, que me vou perder em argumentos e acabarei por ter que dar razão a vocês, vitimando-as, coisa que vocês não querem que o faça, coisa que querem que faça, até porque é isso que muitas vezes fazem transparecer, calma, avancemos na minha injustiça social.
A conversa só tem tendência a piorar e este assunto é muito delicado e tentarei ser breve, tão breve quanto possível. Nunca vi tanta publicidade sobre a violência doméstica e parece que quanto mais há mais aparece, atenção, estou a falar mal da forma como as notícias são dadas, estou a falar mal da justiça Portuguesa, estou a falar mal de tudo o que é relacionado com o assunto porque parece-me a mim que o efeito está a ser o oposto ao pretendido, diminuir os casos de violência doméstica, melhor, diminuir os casos de violência sobre as mulheres.
Numa altura em que se pede para que as mulheres se queixem, numa altura em que tudo se propaga, acho, estão a propagar a violência, pura e dura, de forma a que estes casos sejam cada vez mais, cada vez mais graves, cada vez mais recorrentes e já começam a fazer parte do nosso dia a dia, sabem o que é que acontece quando as coisas começam a fazer parte do nosso dia a dia? Nada, tornam-se vulgares e a sua real importância desaparece, então, que devemos nós fazer? Simples, Não propagar as notícias de casos de violência contra as mulheres e aumentar a ajuda a essas pessoas de forma efectiva.
O problema é que a ajuda não chega, não é suficiente e muitas vezes lenta, e até mesmo quando nós pensamos que vamos ter alguma justiça pode existir um juiz a recitar versos da bíblia desculpando os actos, só aqui se vê o quanto é demorada a mudança, a habituação às novas realidades.
Se alguma feminista ler isto e antes de pensar em atacar deixo uma coisa clara, aqui em casa existe uma cooperativa, somos dois e não existem as tarefas dela ou as minhas, existem tarefas simplesmente e no primeiro dia que me juntei com ela coloquei logo uma condição, que cada um tratava da sua roupa, ela tem tanto direito como eu a tudo, como eu tenho tanto direito como ela.
Queria poder dizer boas coisas sobre muitas das lutas que travam mas às vezes tanto se perde pelo proveito de alguns, neste caso de algumas, ou acham que não existem movimentos de defesa das mulheres que só servem para lucro e proveito próprio? Como em qualquer associação, onde muito do trabalho é feito de voluntários e que o dinheiro que recebem vai para os bolsos de alguns.
Feliz dia da mulher.